quarta-feira, 30 de julho de 2008

Conto Divergente

Para Moisés Lima


Mês de abril do ano de 2008, impossível esquecer desse dia. Eu estava com o coração acelerado, parecia que iria sair pela boca com batidas tão apressadas e descompassadas. Engraçado como detalhes tornam tudo mais especial em nossa vida.


Eu estava atrasada. Aline me disse que teria que encontrá-la às quinze horas. Olho para o relógio do meu celular.
- Ai! Já faltam dez minutos para as quinze horas, não vai dar tempo, mas ela espera.
Atravessei a Avenida Sete de Setembro correndo, quase que o Circular Centro me atropela, percebi quando o motorista me encarou com uma cara feia, mas eu tenho pressa. Entro na rodoviária, já quase sem fôlego, olho pro lado, pro outro e nada da Aline, de repente lembro que estou do lado errado. Subo as escadas correndo – cadê meu berotec? – Atravesso a galeria e paro bem meio dela.
- Nossa que imagem bacana! Seria legal tirar uma foto aqui do alto.
Chego à ala estadual e lá encontro a Aline sentada.
- Nossa quinze e doze, Aline, nem me atrasei tanto, né?
- Não, mas já iria te dar um toque no celular.

Abraçamos carinhosamente. E dizem juntas, como num coro.
- “Ui de bão”

Aline coloca a mochila nas costas, como num sinal de quem queria sair logo dali.
- Paula, vamos?
- Vamos sim, antes do show da Família Lima, temos que assistir à palestra do professor Tezza, vai ser muito bom, ele irá falar de tipos textuais literários. Não podemos perder.
- Mas é uma louca mesmo, E vai dar tempo? Que horas começa essa palestra? Diz a Aline impaciente.
- Olha a palestra vai ser na Reitoria às dezoito e meia.
- Bom o show começa às vinte...
- Não esquenta a Reitoria fica a duas quadras do Teatro Guaíra. Os ingressos já estão comigo.

Atravessamos a avenida contentes. Cheias de causos para contar. Entraram na Rua da Paz e seguiram em frente.
- Paula eu to com fome.
- Você gosta de coxinha? Na esquina da Reitoria tem a “Casa das Coxinhas”, é muito bom, dizem até que tem coxinha de caviar.
Aline tem um ataque de risos.
- Nossa! Até de caviar?
- É! Mas eu nunca vi, nem comi, eu só ouço falar.

Entraram no estabelecimento, e fizeram os pedidos. Coxinha e guaraná – só ficou faltando o pastel – A Aline estava adorando tudo.
- Aline! Lembrei de uma coisa! Temos que passar no Mercadorama comprar chocolates para o Moisés.
- Ah! É mesmo!
- Quer halls preto?
- Quero sim.
Pagamos à conta, atravessamos a Rua Nilo Cairo, e pegamos à direção do supermercado. Na volta perceberam que ainda era cedo. Eu levei a Aline para conhecer a Reitoria.

Entrando no anfiteatro, o professor Cristóvão Tezza já tinha iniciado sua palestra, ele estava falando como os parágrafos podem deixar um texto mais interessante. Eu e a Aline trocávamos bilhetinhos.


Nossa em um dia só vendo pessoas famosas. Palestra com um escritor famoso, e depois show com uma banda famosa.
Aline.

É mesmo amiga, mas vamos sair daqui a cinco minutos, pois quero passar no banheiro escovar os dentes, e retocar a maquiagem.
Paula.


Chegamos ao teatro às vinte horas e dez minutos. Atrasadas. Pior era andar naquele escuro.
- Aline, to com medo de cair, já me arrependi de ter colocado salto.
- Haha, vamos Paula, que nós estamos na primeira fileira.
Claro que todos olhavam para nós as atrasadas, e a Aline teve a brilhante idéia de usar o celular para iluminar a numeração das cadeiras.
- Paula! Pegaram o nosso número não estou achando.
- Vamos sentar aqui mesmo. Dá para ver o Moisés e tirar boas fotos daqui.
É engraçado como a platéia curitibana é diferente, é difícil ver fãs histéricas gritando, chorando e até desmaiando. Todos muito comportados, o máximo que a gente escuta é um “HUUUU”, e só. E acho que todos os “HUUUU” e “LINDOS” foram gritados apenas por nós.

Depois do show, muita gente queria entrar no camarim para tirar foto com os “Limas”. Com muito sacrifício conseguimos entrar, tirar foto, e entregar o presente para o Moisés, tudo muito rápido – chega até assustar – Cumprimentos, foto, entrega do presente, e tchau. Tudo meio mecânico, estragando nossas expectativas – criadas em nossos sonhos desde o dia que soubemos do show em Curitiba – Eles deveriam estar cansados, o Lucas parecia estar rouco, não deve ser fácil ter que atender um monte de gente depois do show.
Achamos estranho o fim do dia, até acabou a euforia depois disso.
Saímos do teatro Guaíra revendo as fotos da câmera.
- Essa ficou ótima!
- Sim, parece que ele fez pose só para nós tirarmos à foto.
- É mesmo.
- Vamos tirar fotos em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná? Fica linda a iluminação lá de noite.
- Vamos!
Atravessamos a Praça Santos Andrade.
Ficamos um grande tempo admiradas com os detalhes da construção do prédio. Tiramos algumas fotos.
- Tem aquele halls preto ainda, Paula?
- Tenho sim, ta aqui. To com frio vou colocar meu casaco.
Descemos cantarolando pelo calçadão da XV.


Notas:

Mimese: Literatura: Imitação ou representação do real na arte literária, ou seja, a recriação da realidade.
Dicionário Aurélio

Ou seja, mimese é fazer literatura. Leiam o texto sem esquecer de que é um conto, uma narrativa.

Beijos para todos.

Por: Paula Andréia

15 comentários:

Anônimo disse...

Lindoooo o banner novo! hehehe
Naum comentei sobre ele ainda...
Muito Bom!!!

Parabéns gurias! :)

Anônimo disse...

Esse dia ficou marcado hein, mto bom, apesar de não ser como tínhamos milimetricamente calculado.

Estupendo!

Ísis Binder disse...

Vcs viram muita gente?

Paula Andréia disse...

Viram mta gente....onde?

★тhαíร Kαтαyαмα★ disse...

Huahauahuahauahau ...
Só vcs msm pra dar essas viajadas!
Amoooooooo os posts de vcs!

e o template ta lidãoo!
Bjo Guriaa

Ísis Binder disse...

Ué...Nao era Conto Divergente??

Paula Andréia disse...

É conto divergente.....

Ísis Binder disse...

Entao... cade a gente que era pra ser vista?

Paula Andréia disse...

Isis, pensei no nome "Conto Divergente" pensando na palavra divergência, ou seja,discordância, desacordo, discrepância, dissensão.

Divergente...pois talvez não seja fim esperado pelas pessoas.

Ísis Binder disse...

Ô meu deus... Eu ainda tenho que explicar a piada sonora?

Anônimo disse...

lente divergente = de ver gente...

ahn ahn?

Paula Andréia disse...

Ah tá....desculpe eu não entendi...hahahahaha

Unknown disse...

hahahahahahaha agora que eu vi que escrevi lente, era pra ter escrito conto.

hahahaha

aaaaah essas noites mal dormidas... acabam com o que restam de neurônios....

Tat disse...

Meninas...que aventura hein!!

Bem, sempre temos uma grande aventura pra contar num showw dos Limas...Ohh se temos!!

Linddooo o BLOG, legal o texto!!

BJOOOOOOOOOOOOOOO

Chris disse...

Show da FAMILIA LIMA no Teatro Guaíra e muita historia pra contar....